O uso de sensores para monitorização de doenças

[Fonte:  NUCLEO AGRI]

A agricultura de precisão, com todas as ferramentas que estão continuamente a ser desenvolvidas, tem cada vez maior campo de actuação. A protecção integrada é uma área onde a sua aplicação tem natural interesse, permitindo avançar de modelos gerais, definidos para médias de indicadores de temperatura ou humidade, entre outros, para uma capacidade de definir a actuação contra pragas e doenças em tempo real e no local específico onde as condições de infestação ocorrem.

A monitorização de condições para a ocorrência de pragas e doenças já tem um longo caminho percorrido, com desenvolvimento de modelos de apoio à decisão. Já a identificação de doenças tem por vezes custos elevados ou de tempo, quando exige técnicas laboratoriais.

O desenvolvimento de câmaras de alta resolução, ou de sensores ópticos, poderão auxiliar na monitorização, identificação e quantificação do aparecimento de problemas sanitários nas culturas, poupando tempo e custos. O uso de sensores capazes de operar fora do espectro da luz visível pode permitir uma identificação de variações fisiológicas em fases precoces e em diferentes níveis de observação: variações na cor de tecidos, ou na forma dos órgãos, morfologia do copado, densidade das plantas, entre outros. Segundo uma revisão de literatura recente, as técnicas mais promissoras baseiam-se em sensores capazes de medir reflectância, temperatura ou fluorescência, alguns deles originalmente desenvolvidos para fins militares.

A mesma revisão de literatura encontrou utilizações já desenvolvidas para monitorizar determinadas doenças usando diferentes tipos de sensores ópticos. Os sensores mais comuns são as câmaras digitais, que operam no visível, para as quais já existem aplicações na monitorização de doenças bacterianas, virais ou fúngicas em diferentes culturas, tais como algodão, beterraba sacarina, toranja, tabaco ou maçã.

Outro tipo de sensores são os espectrais, que podem recolher informações em comprimentos de onde já fora do visível e que já foram usados na monitorização de doenças dos cereais, tomate, beterraba, macieira e até túlipas.

Já os sensores térmicos operam no infravermelho, permitindo obter informação sobre o estado hídrico da planta, permitindo detectar por exemplo os sintomas de doenças radiculares (ex: Pythium) ou sistémicas (ex: Fusariose). Já existem estudos da aplicação destes sensores em beterraba sacarina, pepino, macieira e roseira.

Existem também sensores que permitem estimar variações na fotossíntese, através de fluorescência, e que também permitem identificar problemas fúngicos e bacterianos, já testados em trigo, beterraba sacarina, feijoeiro e alface.

Através da combinação da investigação em sensores e imagem com a investigação nas variações fisiológicas induzidas por agentes patogénicos, será possível desenvolver metodologias cada vez mais expeditas para monitorização e identificação precoce de doenças em diferentes escalas de observação. Será assim possível uma actuação mais rápida, preventiva e apenas onde os problemas ocorrem, com redução de custos de operação, mas principalmente, redução de quantidades de fitofármacos libertados no ambiente.

Saiba mais aqui, onde poderá também consultar as doenças estudadas.


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