Há lugares que não são apenas destinos — são portais para outra dimensão. Machu Picchu é um desses lugares, onde cada pedra parece sussurrar segredos de uma civilização antiga e as montanhas, envoltas em nevoeiro, dão a sensação de que entramos numa lenda viva.
“A cidade perdida dos Incas fica no topo de uma montanha com 2.400 metros de altitude e é um dos pontos turísticos mais visitados no Peru. Património Mundial da UNESCO e uma das Sete Maravilhas do Mundo, Machu Picchu é uma das grandes maravilhas do mundo”, escreveu a revista ‘NiT’.
Viajar até lá não é apenas fazer as malas e apanhar um voo; é embarcar numa aventura que desafia os sentidos, aquece a alma e faz perceber o quanto o mundo é vasto e cheio de maravilhas. Se precisa de um motivo para explorar esta joia dos Andes, não procure mais — Machu Picchu está à sua espera, pronta para surpreender e transformar.
Imagine um lugar onde história, natureza e misticismo se encontram numa dança perfeita. Esse lugar existe, e chama-se Machu Picchu. Esta maravilha do mundo, escondida no topo das montanhas andinas, é uma viagem no tempo até à civilização inca — um povo que construiu uma cidade completa, feita para tocar o céu, sem precisar de uma única grua ou wi-fi.
Se ainda está a pensar “Porquê Machu Picchu?”, saiba que os motivos para visitá-lo são inúmeros. Um deles é a beleza única das ruínas, cercadas por picos verdes envoltos em nevoeiro, mas não fica por aqui. É que até a sensação de tocar na história ao caminhar pelas pedras antigas que ali estão há séculos é única.
Acredite: é impossível não se deslumbrar com as paisagens que tiram o fôlego — às vezes literalmente, graças à altitude. Mas atenção, viajar para Machu Picchu exige preparação. A altitude de Cusco, ponto de partida para a jornada, e de Machu Picchu em si, pode ser um desafio.
Prepare-se para o desafio
“Antes da aventura, há que relembrar que Machu Picchu é uma cidade inca perdida no meio da selva a uma altitude de 2400 metros. Neste sentido, deve-se preparar para um longo dia em viagens, de pelo menos 8 horas (ida e volta)”, nota o blog ‘The Wandeslust’.
Para prevenir o famoso mal da montanha, ou soroche, é essencial hidratar-se, andar com calma e experimentar um chá de coca, uma solução tradicional que, embora não faça milagres, ajuda bastante. Outro ponto crucial é a reserva antecipada dos bilhetes, pois o número de visitantes diários é limitado para proteger o sítio arqueológico.
“Machu Picchu é daqueles lugares que percorre o imaginário de milhares de viajantes, curiosos e aventureiros. É um dos locais mais marcantes na viagem pelo continente americano, no entanto, com as atuais restrições de horário e número de visitantes, nem sempre é fácil organizar a viagem”, lê-se na ‘Sapo Viagens’.
Quando viajar?
A melhor época para visitar Machu Picchu é durante a estação seca, que vai de maio a setembro. Este período oferece dias mais ensolarados, céus limpos e condições ideais para explorar tanto as ruínas quanto as trilhas da região.
Se prefere evitar multidões, os meses de abril e outubro também são boas escolhas, pois marcam a transição entre as estações e combinam bom clima com menos turistas. Durante a estação das chuvas (novembro a março), as trilhas podem ficar escorregadias, mas a paisagem é exuberante, com vegetação vibrante e menos agitação turística.
Como chegar a Machu Picchu?
Antes de partir, é também importante escolher como quer chegar lá: para os mais aventureiros, o Caminho Inca oferece uma experiência inesquecível; já para quem prefere conforto, o comboio panorâmico desde Cusco é uma excelente opção, proporcionando vistas espetaculares sem esforço físico.
Com 43 quilómetros, o Caminho Inca, uma rota pré-hispânica considerada um dos melhores percursos de caminhada do mundo e Património da Humanidade, percorre florestas e degraus de pedra que datam do século XV e faz a ligação entre a fortaleza inca de Ollantaytambo e a Porta do Sol, entrada para Machu Picchu. O percurso demora cerca de quatro dias a ser concluído e é a única caminhada que permite observar sítios arqueológicos escondidos para os visitantes.
Para esta opção, sugerimos que compre o bilhete com muita antecedência, porque geralmente esgotam 3 a 4 meses antes. Os preços variam conforme a agência e o tipo de alojamento oferecido. Contudo, espere encontrar preços acima dos 500€.
“Esta é uma experiência exigente, mas única”, garante o blog ‘The Wandeslust’.
Na sua mochila não podem faltar botas confortáveis para caminhar, protetor solar, repelente e, claro, uma câmara fotográfica para registar cada momento. Mas lembre-se de viajar leve, porque qualquer peso extra será o seu pior inimigo nas subidas.
Já o trajeto de comboio poderá ser feito através de duas companhias. Os bilhetes devem ser comprados online nos sites Inca Rail ou Peru Rail.
“Os horários e preços são variados pelo que, mais uma vez, a compra antecipada pode significar uma grande poupança. Pode comprar a viagem com partida de Cusco ou de Ollantaytambo até Aguas Calientes. O preço de ida e volta começa a partir de 130 dólares. Atenção, caso opte partir de Ollantaytambo terá de pensar no transporte de carro, autocarro ou coletivos a partir de Cusco.”
“Atualmente, a empresa Inca Rail oferece um serviço completo autocarro + comboio a um preço competitivo. Não se esqueça de que o comboio segue destino até Aguas Calientes. Depois terá de continuar viagem até à entrada do Parque Arqueológico (a pé ou de autocarro)”, acrescentam os responsáveis pelo mesmo blog.
Outras formas de ali chegar incluem viagens de autocarro ou caminhadas independentes. Ainda assim, e, independentemente da forma que escolher, não se esqueça de que o parque arqueológico é de grandes dimensões. Por isso, terá de estar em boas condições físicas. Considere que a visita guiada dura pelo menos 2 horas.
Outro aspeto a ter em conta é o de que Machu Picchu é o lugar mais turístico do Peru, pelo que deve estar preparado para preços elevados.
“Por último, planeie bem os itens a levar porque só existem casas de banho e um restaurante à entrada do parque”, avisam os mesmos autores.
Ao chegar, respeite o espaço, siga as trilhas marcadas e não deixe nada além de pegadas. Machu Picchu não é apenas um destino, mas uma viagem que transformará a forma como vê o mundo. Desde os mercados coloridos de Cusco até às paisagens de cortar a respiração do Vale Sagrado, tudo ao longo do caminho contribui para a magia desta experiência. No final, perceberá que não foi apenas a Machu Picchu — viveu uma aventura que ficará para sempre consigo.