Variedades de arroz não exploradas podem ajudar a manter produção face à crise climática

Investigadores do Earlham Institute (EI), no Reino Unido, em colaboração com bancos genéticos e produtores de arroz no Vietname, estão a investigar variedades que possam sobreviver à crise climática, numa pesquisa defendida pelo International Rice Research Institute (IRRI).

O EI, em comunicado, revela que a equipa de investigação analisou 672 genomas de arroz, 616 dos quais sequenciados pela primeira vez. O estudo descobriu uma grande subpopulação de arroz “I5 Indica” anteriormente negligenciada em algumas regiões do Vietname, que não tinha sido usada antes para produzir as variedades de arroz de elite mais comuns resultantes de estudos anteriores de melhoria do cereal.

“O Vietname tem uma rica história na produção de arroz, especialmente a nível local. A adaptação a múltiplas condições ambientais e preferências regionais criou uma vasta gama de variedades”, explicou a principal autora do estudo, Janet Higgins. “Estudos como este sugerem que esta diversidade constitui um recurso genético largamente inexplorado e muito valioso para programas locais e internacionais de reprodução”, acrescentou.

“Estamos agora a analisar a subpopulação ‘Indica I5’ mais detalhadamente. Esperamos tentar detetar regiões do genoma selecionadas na subpopulação ‘Indica I5’ e relacioná-las com traços de interesse para culturas sustentáveis de arroz”, concluiu a responsável.

Metodologia

Para entender como a diversidade do arroz no Vietname se relaciona com as variedades mundiais, a equipa analisou nove subpopulações que provavelmente se adaptaram às exigências nas diferentes regiões de origem.

Depois compararam estes novos dados com o estudo global anterior sobre a diversidade do arroz na Ásia, composto por quinze subpopulações asiáticas em todo o mundo (de 89 países). A partir daí, os investigadores do Earlham Institute descobriram como as novas variedades de arroz nativas do Vietname estavam relacionadas com o conjunto global de dados asiáticos – levando à descoberta da subpopulação “I5 Indica”.

Pode ler o estudo completo aqui.

O artigo foi publicado originalmente em Vida Rural.


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