Venezuela: 183 violações do direito à liberdade de expressão em 9 meses

m setembro de 2025, manteve-se o padrão de detenções arbitrárias e desaparecimentos forçados contra quem exerce o direito de se expressar, informar e defender os direitos humanos. Além disso, houve assédio e ameaças contra jornalistas e ativistas nas redes sociais”, explica a EP na sua página da Internet.

Segundo a EP, além dos jornalistas e ativistas, os factos as violações afetaram também “cidadãos em geral e até mesmo os seus familiares”.

“As instituições do Estado e os órgãos de segurança foram os principais agressores em todos os casos”, denuncia.

Ainda de acordo com a ONG, entre janeiro e agosto foram registados 95 casos, que se traduziram em 175 violações, com a censura e a intimidação a serem as mais recorrentes (28,75%), seguidos pelas restrições administrativas (13,71%) e assédio judicial (13,14%).

A maioria dos casos ocorreu na Internet (56,84%), com janeiro a apresentar o maior número de registos (39). Além disso, foram ainda relatadas 24 detenções, a maioria contra particulares (54,17%) e jornalistas (33,33%).

Por outro lado, continua a EP, em 01 de setembro, “um grupo de milicianos deteve o ator britânico Michael Palin, quando tentava filmar uma estátua do falecido presidente Hugo Chávez em Sabaneta, Barinas, como parte da produção de uma série para o canal britânico Channel 5”.

“Durante o dia de filmagem, Palin e sua equipa foram intercetados com armas e retidos por mais de sete horas pelo grupo armado, que confiscou os seus passaportes, câmaras e outros equipamentos. O ator relatou ao jornal The Telegraph que até as suas roupas sujas foram revistadas”, explica.

Na terça-feira, 16 de setembro, o ativista dos direitos humanos e diretor da ONG Campo, Pedro Hernández, foi detido arbitrariamente no estado de Yaracuy.

“Agentes da Polícia Nacional Bolivariana (PNB) colocaram-no numa viatura sem mandado judicial nem explicação sobre os procedimentos. No dia seguinte, quatro familiares de Hernández [a mulher, Natália Álvarez, o irmão Daniel Hernández, o primo José Hernández e o pai, Pedro Hernández Serrano] foram intercetados e detidos arbitrariamente por indivíduos encapuzados quando procuravam informações sobre o paradeiro de Hernández nas delegacias da PNB”, precisa a organização.

Ainda segundo a EP, em 21 de setembro foi também detido o ativista laboral Hommel Torres e o agricultor e ativista político Pedro Andrade.

Em 7 de setembro de Melanio Escobar foi intimidado e a sua família foi ameaçada de sequestro depois de publicar um trabalho jornalístico.

Por outro lado, o jornalista Jesus Hermoso decidiu abandonar o país após receber pelo menos três alertas sobre uma suposta ordem de detenção contra si devido ao trabalho jornalístico para o portal El Pitazo.

Em 18 de setembro, a jornalista e ativista dos direitos humanos Andreína Baduel denunciou ter sido vítima de perseguição e assédio, quando saiu do evento Rota Global pela Justiça e pela Liberdade, realizado na Embaixada da França em Caracas.

A 25 de setembro, a jornalista do Correo del Caroní e da Rádio Fé e Alegria Francesca Díaz denunciou ter sido assediada e ameaçada nas redes sociais, após uma série de acusações e desinformação promovidas por páginas anónimas, onde a acusaram de colaborar com as forças policiais na detenção de presos políticos.

“As detenções arbitrárias, o assédio e as ameaças respondem a um padrão que visa intensificar a censura e a autocensura entre jornalistas, ativistas dos direitos humanos e a cidadania em geral. Esta situação enfraquece a participação pública e o espaço cívico; limita o acesso à informação; gera medo de expressão, de continuar com o trabalho informativo e de exigir direitos”, sublinha a EP.

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