Vinbot o robô de produção vinícola em provas na região de Tomar

[Fonte: Euronews]

O Futuris foi a Portugal conhecer uma proposta que poderá transformar a produção de vinho em toda a Europa. Trata-se de um projeto europeu, levado a cabo por uma equipa que inclui investigadores na área das ciências e tecnologia, da agronomia e produtores de vinho.

O consórcio inclui investigadores do Instituto Superior de Agronomia da Universidade de Lisboa.

As vinhas da Encosta do Sobral, no Concelho de Tomar, produziram cerca de 450 mil garrafas de 17 variedades de vinho em 2016. Com a ajuda de um pequeno assistente, poderá ser possível segmentar ainda mais a produção ao longo da época, conseguindo sempre um vinho de qualidade.

 Falamos do Vinbot, um robô todo-o-terreno autónomo, equipado com sensores que o capacitam para analisar imagens que capta com uma câmara, armazenando depois dos dados em 3D. Pode subir encostas de até 45 graus e criar mapas que permitem calcular com precisão o estado de maturação das uvas.

O Vinbot define prioridades de produção
O assistente consegue, desta forma, estabelecer coordenadas, acumular dados e criar um arquivo, que determina a altura apropriada da recolha das uvas, de acordo com as necessidades de produção e o tipo de vinho pretendido.

“De uma forma autónoma, navega na vinha. Vai tirando as imagens”, explica à Euronews André Barriguinha, Engenheiro Agrónomo da Agri-Ciência, empresa do ramo das atividades agrícolas, presente em Évora e em Lisboa.

“Essas imagens são descarregadas num servidor na cloud e, com base nos algoritmos desenvolvidos no projeto, transformam-se essas mesmas imagens num mapa de produtividade”.

Este autêntico protótipo das vinhas todo-o-terreno produz informação, segundo os seus criadores, com uma margem de erro de entre 10% a 15%.

Os mapas de produtividade criados pelo Vinbot são, desta forma, de uma precisão superior às imagens até agora recolhidas por satélite.

A vinicultura de precisão

O Vinbot foi criado com recurso a open source software, ou seja, software de acesso livre. Segundo os criadores, o permitirá implementar o que definem como a “vinicultura de precisão”, uma vantagem quando se procura o aumento da produtividade.

Uma ferramenta que, em conjunto com a experiência do produtor, poderá ser ideal, segundo Carlos Lopes, Engenheiro do Instituto Superior de Agronomia da Univerdade de Lisboa:

“O viticultor que conhece a sua vinha tem, em geral, um conhecimento empírico, resultante da observação visual, basicamente, das suas parcelas de vinha”, explica.

“Esta tecnologia permite, cada ano, fazer um levantamento pormenorizado, detalhado, do comportamento da planta, quer em termos vegetativos, quer em termos produtivos e consequentemente vai construir uma base de dados histórica muito mais precisa do que o conhecimento empírico. Evidentemente que a conjugação dos dois será o ideal”, conclui Carlos Lopes.

Uma conjugação de conhecimentos, humano e tencológico, que Pedro Sereno, Enólogo e produtor na Encosta do Sobral, valoriza:

“Eu, em anos normais, vou aproveitar as zonas de menor produção, que têm uma maturação mais precoce e vou encaminhar essas uvas mais cedo, para dar origem a um vinho de qualidade superior”, diz.

“As outras, vou esperar mais um bocadinho, e tentar apanhá-las também no ponto ótimo de qualidade”.

O Vinbot deverá surgir no mercado dentro de dois a quatro anos. O assistente de produção vinícola poderá custar cerca de 30 mil euros.

Consulte o video  aqui.


Publicado

em

, , ,

por

Etiquetas: