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Zambeze. Os novos predadores

Há quem sonhe com novos lucros e queira transformar a reserva numa área de exploração mineira ou agrícola.

350km a norte da cidade da Beira estão implantadas quatro coutadas de caça numa extensão de 1,2 milhões de hectares e que tem como fronteira natural o rio Zambeze. As coutadas são áreas concessionadas pelo Estado para exploração privada e onde se pratica a caça desportiva.

Junto ao delta do Zambeze está a espectacular reserva de búfalos de Marromeu. De algumas centenas de animais que sobreviveram às grandes matanças da guerra desde os finais dos anos 70, a zona tem agora uma manada de 25.000 animais.

Ao todo são dezenas de milhares de antílopes de grande porte, elefantes, zebras, hipopótamos, crocodilos. A área pantanosa, a má qualidade dos solos para a agricultura, tem tradicionalmente mantido a população longe das áreas de caça. O número de abates controlados é pequeno. Algumas centenas de animais por ano, sobretudo antílopes e búfalos.

A dimensão do negócio ainda é modesta – quatro milhões de dólares anualmente – mas o potencial é enorme e, sobretudo, pode responder a alguns dos dramas da conservação faunística em países de baixa renda, como é o caso de Moçambique. Neste negócio, o Estado recebe também a sua parte. Qualquer coisa como 1,5 milhões de dólares em licenças, senhas de abate, taxas, impostos e certificados CITES, um contributo não negligenciável para reinvestir em conservação. E o reconhecimento internacional de país comprometido com as políticas de conservação e biodiversidade do meio ambiente.

No fim de cada ano, quando cessam os […]

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